quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Mais sobre mim ...


Sou o mais revolucionário personagem do teatro brasileiro, abrindo as portas à moderna dramaturgia do país. Percorri, contudo, um árduo itinerário, marcado por tragédias familiares e pela crítica contraditória. Desde meu primeiro texto, A Mulher Sem Pecado (1942), fui considerado ao mesmo tempo um imoral e um moralista, reacionário e pornográfico, um gênio e um charlatão, escandalizando, como nunca, o público e a imprensa especializada da época com meu teatro desagradável. Explorei a vida cotidiana do subúrbio do Rio de Janeiro e preenchi os palcos com incestos, crimes, suicídios, personagens beirando a loucura, inflamadas de desejos e agindo apaixonadamente, até matando, e diálogos rápidos, diretos, quase telegráficos, carregados de tragédia e humor.

Quando lancei Vestido de Noiva (1943), montado pelo grupo Os Comediantes, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, renovei o teatro do país, quer pelo texto quer pela direção de Ziembinsky, e obtive sucesso. Nos anos seguintes, no entanto, tive minhas peças interditadas pela censura, passei a ser sinônimo de obsceno e tarado e fiquei conhecido como autor maldito. Nasci à beira-mar no Recife, mudei-me com a família para o Rio de Janeiro, para o meu pai tentar a vida como jornalista, em 1916.

Fui o filho, no entanto, que brilhou na profissão. Aos 13 anos já era repórter policial do jornal A Crítica. Meu talento estendeu-se a todos os grandes jornais do Rio. Fanático torcedor do Fluminense, fui um grande cronista esportivo, ao mesmo tempo que escrevia reportagens policiais e folhetins romanescos. Obsessivo, escrevi 17 peças, centenas de contos e nove romances. Entre as peças, destacam-se A Falecida (1953), Os Sete Gatinhos (1958), Boca de Ouro (1959), Beijo no Asfalto (1960) e Toda Nudez Será Castigada (1965).

Fonte: www.netsaber.com.br

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